26.7.07

No meu trabalho
Na minha sala tem uma mesa com um computador, de frente com uma mesa com a prancheta de desenho; hora eu desenho, hora eu escrevo, hora eu diagramo.
Meu trabalho é assim: A empresa vende ao cliente as capas de livros de diversos gêneros e assuntos, sempre voltados para o público feminino; vendidos os títulos e capas, meu departamento desenvolve o produto; à partir da lista de capas e títulos que recebemos, dividimos e fazemos tanto o texto como as ilustrações e a diagramação, que é a montagem de páginas; apenas os de culinária e de artesanato não têm textos nossos; românticos, romances, poesias, quadrinhos, contos, mensagens, frases, religiosos, saúde, beleza, cosméticos, moda, etc; são hora criação nossa, hora pesquisa.
Amo o que eu faço, sou muito feliz por fazer aquilo que desde criança sonhei, mas não foi fácil; foi um caminho pedregoso, que não é assunto para este blog, aqui é para celebrarmos a arte. Vale dizer apenas que nunca recusei serviço e já fiz de tudo um pouco, sem jamais deixar de acalentar meus objetivos: trabalhei em rádio; fui vendedor de consórcio; vendi picolé empurrando o carrinho trabalhei numa produtora de tv; fui professor de artes em muitas escolinhas infantis, cheguei a pegar seis ao mesmo tempo; desenhei decoração de festas; enfim... a lista é grande.
Quando fui chamado à editora, estava trabalhando na linha de produção de uma metalúrgica, colocando parafusos em catraca de bicicleta por quatrocentos reais ao mês, não completei o mês, consegui este emprego.
Todas essas coisas passei com uma companheira insuperável, minha amiga, minha esposa, fabiana, que tão novinha conheceu os infortúnios da vida e foi passada na bigorna da mesma através de fome, privações, necessidades e miséria; em poucos anos moramos em muitas casas, inclusive uma garagem de literalmente 2x2 metros onde cabiam apenas a cama, a geladeira, duas cômodas empilhadas e o microondas ganhado no casamento; não tinha banheiro, no começo usávamos um que tinha no quintal e depois fomos privados dele, tendo que ir em outro bairro usar o da sogra; essa é uma das inúmeras histórias de tristeza que essa mulher incrível, tão novinha e tão vencedora passou comigo.
Não quwero contar misérias, só quis exemplificar que não tive nada de mão beijada e que também não sou um cara sem apoio, mas tenho uma princesa que reina na minha vida.
Uma coisa importante é que atravessamos esse vale terrível e hoje somos prósperos e em ascenção, e iremos muito longe.
Hoje ela é professora da rede pública de Diadema e eu estou na editora há quase três anos, publiquei, contado uns como escritor, outros como ilustrador e outros como diagramador, cerca de duzentos e vinte livrinhos já.
Com eles, contribuo para inúmeras leitoras terem um pouco de entretenimento e esclarecimento e meus trabalhos estão circulando em todo o país, principalmente nas regiões norte e nordeste através de reembolso postal pelos catálogos "Viablumenal", "Posthauss", "Quatro Estações", "Bazar Brasil" e etc. São livrinhos de bolso, com o nome comercial de "Minibooks", de 16 páginas; também vários títulos de revistas.

Na foto estou fazendo a ilustração da capa de um livro sobre gripe e resfriado.

"O Gato de Botas"
(desculpem, meu nome cobre a figura para evitar
possível utilização não autorizada.)

Desenhos a lápis,
arte-final a nanquim.

Cor e Efeitos em Photoshop.


Passo a passo de uma ilustrações para "O Gato de Botas"
(desculpem, meu nome cobre a figura para evitar
possível utilização não autorizada.)

Desenhos a lápis,
arte-final a nanquim.